Começou a semana de Ciências
Sociais daqui, a abertura foi com um cientista político da PUC/SP analisando as
manifestações populares desse ano. Aquela confusão que ninguém conseguiu
entender, ele meio que entendeu e explica. Segundo ele, as
manifestações são frutos das contradições do “neonacional-desenvolvimentismo”,
que caracteriza os governos do PT.
Teve o primeiro ciclo
desenvolvimentista, com JK, depois na ditadura teve outro, e o terceiro seria
esse do PT, todos eles com forte apelo na indústria nacional e no
desenvolvimento, e o tal do desenvolvimento vai devorando tudo e retirando
direitos e expropriando terras. Com isso tem se um aumento da qualidade de vida
das classes mais baixas (emprego pleno e distribuição de renda, criando um
grande subproletariado) e um aumento ainda maior da classe alta, por que, né?
Nunca a classe alta vai perder, nem ao menos deixar de ganhar.
As manifestações nascem dessa
contradição da classe baixa, do subproletariado, que tem um ganho de qualidade
de vida, mas tem seus direitos cerceados, daí eles expõem essa contradição, mas
são engolidos pela “coxinhização” do movimento (os babacas do hino e do sem
partido).
O palestrante achou melhor focar
na vitória do movimento, de ter parado o país, de não ter acontecido o aumento,
da presidenta ter feito uma reunião com os líderes, etc. Segundo ele para que
novas lutas aconteçam é importante que acreditem nessa vitória.
Não tinha pensado por esse
ângulo, os coxinhas realmente me irritam, mais ainda do que os religiosos (se
bem que coxinhês e religiosidade andam juntas), mas realmente isso é algo para
se pensar.
No final perguntaram sobre os
Black Blocks, mas ele desconversou e não respondeu.